InfoCarne Online

Edição 386 | 07 de junho de 2023

Consumo de carne tende a ser maior em países de renda per capita superior

Fotos: Guettyimages

Por que o mundo vai continuar consumindo carnes

Aumento da renda populacional leva ao consumo maior de proteína animal em todas as sociedades, principalmente em países emergentes e em desenvolvimento

Nos últimos 60 anos, a população mundial quase triplicou. Nós crescemos de 3 para 8 bilhões de habitantes. Enquanto isso, o consumo de carne subiu de 71 para 343 milhões (de toneladas) no fechamento 2022, um aumento de cinco vezes. O consumo per capita saiu de 24 para 46 kg por habitantes, por ano.

Hoje, esse consumo  pode ser segregado em 39% carne de frango, 33% carne suína, 23% de carne bovina e 5% carne de oriunda de ovinos e caprinos. Esse ritmo de crescimento salta aos olhos e se justifica, dado o incremento populacional de pessoas que podem pagar por fontes proteicas eficientes, que são mais caras do que legumes e cereais. Via de regra, quanto maior o PIB per capita de um país, maior do seu consumo de carne por habitante. E não por acaso, quando há aumento de renda, aumenta também do consumo de carnes e consequentemente a redução do consumo de legumes e cereais.

Prova disso é que os maiores consumidores de carne do mundo são Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, com média de consumo de 110 kg por habitante ao ano. Outros mercados também com consumo alto são Canadá, Europa Ocidental, Argentina e Uruguai. O consumo desses países nem passa perto daqueles observado em países africanos,  como o Burundi, ou países como Bangladesh e Índia, que fica em aproximadamente 5 kg por habitantes, por ano. No Brasil, para se ter uma referência, o consumo fica, em média, 80 e 90 kg de carne por habitante, por ano.

O maior parceiro comercial do Brasil para carne é a China e serve de exemplo de como o crescimento da renda e a saída da miséria refletem em aumento de consumo de carne, de 5 kg nos anos 1960 para os atuais 58 kg, fechados em 2022. De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), até 2030 o consumo ainda deverá aumentar mais 15%, tendo como motor desse crescimento os países emergentes e em desenvolvimento.

Hoje, 67% da produção brasileira é destinado ao consumo doméstico, de acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), o que não impediu que o Brasil tenha se destacado como o  maior exportador do mundo de carne de frango e bovina. Tendo também se tornado protagonista no acesso de países pobres a proteínas eficientes, seguras e de qualidade. E nada disso impediu o nicho vegetariano vegano de também crescer.

* Lygia Pimentel é médica veterinária, economista e consultora para o mercado de commodities. Atualmente é CEO da AgriFatto. Desde 2007 atua no setor do agronegócio ocupando cargos como analista de mercado na Scot Consultoria, gerente de operação de commodities na XP Investimentos e chefe de análise de mercado de gado de corte na INTL FCStone.

Fonte: Forbes

Boi: preços apresentam acomodação após quedas

O mercado físico do boi gordo voltou apresentou preços mais acomodados nesta segunda-feira depois de uma longa sequência de quedas

O mercado físico do boi gordo voltou apresentou preços mais acomodados nesta segunda-feira (5) depois de uma longa sequência de quedas.

Segundo informações da Safras & Mercado, em alguns estados fora da Região Sudeste novamente foi evidenciada queda dos preços em meio a uma confortável posição das escalas de abate da indústria frigorífica.

Esse movimento segue presente no Mato Grosso, Acre e Pará.

No entanto, o volume de oferta ainda é significativo, considerando a menor capacidade de retenção do pecuarista durante o segundo trimestre.

Por sua vez, o mercado apresentará maior propensão a reajustes durante o período de transição da safra para a entressafra, período em que a oferta será mais discreta e resultará em uma maior dificuldade da indústria na composição de suas escalas de abate, diz o analista Fernando Henrique Iglesias.

• Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 241.
• Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 226.
• Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 210.
• Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 220 para a arroba do boi gordo.
• Em Uberaba (MG), a arroba teve preço de R$ 225.

Boi no atacado

O mercado atacadista inicia a semana apresentando preços estáveis para a carne bovina.

Segundo Iglesias, a tendência de curto prazo vislumbra alguma recuperação dos preços.

No entanto, isso não deve ocorrer de maneira contundente, considerando a posição dos estoques da indústria frigorífica.

Além disso, as proteínas concorrentes seguem mais competitivas, o que é um limitador importante a ser considerada

• O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 17,90 por quilo.
• A ponta de agulha segue no patamar de R$ 12,90 por quilo.
• O quarto dianteiro foi precificado a R$ 13,15 por quilo.

Fonte: Canal Rural

Portaria do IMA unifica regras para selos de inspeção de produtos de origem animal

Medida garante ao consumidor que o produto foi registrado, inspecionado e fiscalizado pelo Instituto

Seguindo recomendação da Comissão Permanente de Análise e Revisão de Atos Normativos (CPAR), o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), publicou em 30 de maio a Portaria nº 2230 que unifica regras para selos de inspeção de produtos de origem animal. O documento define os carimbos para os produtos de origem animal comestíveis e não comestíveis, além de carcaças destinadas ao aproveitamento condicional. O objetivo é facilitar a consulta dos usuários e cidadãos, organizando todos os modelos em um único documento.

O carimbo de inspeção representa a marca oficial do SIE (Serviço de Inspeção Estadual), e sinaliza ao consumidor que o produto foi registrado, inspecionado e fiscalizado pelo IMA.

De acordo com a fiscal agropecuária Moisa Medeiros Lasmar, com o carimbo oficial dos serviços de inspeção nas carcaças abatidas e nos rótulos dos produtos industrializados, é possível identificar um produto proveniente de estabelecimentos inspecionados. “Os produtos sadios, seguros e confiáveis para venda ao consumidor recebem um carimbo do órgão oficial. As normas que dispõem sobre os modelos de carimbos de inspeção para produtos comestíveis foram publicadas pelo IMA há 20 anos e desde então vem sofrendo atualizações. Já as normas que dispõem sobre os modelos de carimbos de inspeção para produtos não comestíveis são mais recentes no ordenamento jurídico estadual. Elas foram publicadas pelo IMA há 4 anos”, explica.

Sobre as mudanças expressas na Portaria, Moisa detalha. “O que mudou foi a inclusão dos carimbos de inspeção para carcaças e partes de carcaças condenadas ou destinadas ao aproveitamento condicional. Os carimbos de inspeção dos produtos comestíveis e não comestíveis se mantiveram nos mesmos moldes”.

Boas práticas

Criada em 2020 no IMA, a CPAR melhora os atos normativos da defesa agropecuária, promovendo a implantação de boas práticas no processo de produção e revisão desses atos, incluindo a participação de todos os elos da cadeia produtiva. Foram revogados inúmeros atos normativos obsoletos, controlados e fomentados pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede).

A CPAR está focada na adoção das boas práticas regulatórias na produção de atos normativos da defesa agropecuária e alinha diretrizes para elaboração dos atos normativos incluindo a Análise de Impacto Regulatório (AIR), sugerida pelo decreto de liberdade econômica do Governo de Minas. A comissão promove a adoção de linguagem simples, objetiva, clara e acessível para o bom entendimento de todos os públicos e, ainda, realiza submissão dos Atos Normativos à Consulta Pública, considerando o impacto regulatório de cada proposição para receber as sugestões sobretudo da classe produtiva e população afetada relativas aos requisitos e normas legais.

Fonte: IMA

Ocorrência de influenza aviária em ave de vida livre em Minas Gerais é de baixa patogenicidade

A detecção foi decorrente das ações previstas no Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de Newcastle

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nessa quinta-feira (1º) a detecção do vírus da influenza aviária de baixa patogenicidade (H9N2) em um pato de vida livre, da espécie Cairina moschata, na cidade de Pará de Minas, no estado de Minas Gerais.

A detecção de um novo subtipo do vírus não tem relação com os focos confirmados de alta patogenicidade (H5N1) em aves silvestres nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, não requer a aplicação de medidas emergenciais e não compromete a condição do Brasil como país livre de IAAP.

A detecção foi decorrente das ações previstas no Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de Newcastle, do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, e demonstra a atuação intensa do sistema de vigilância em saúde animal.

O Mapa reforça que a influenza aviária de baixa patogenicidade não é uma doença de notificação obrigatória à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e não traz restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros.

Subtipos do vírus da Influenza A

Os diversos subtipos do vírus da Influenza A podem infectar esporadicamente outras espécies, como mamíferos, incluindo humanos. Os casos de infecção humana registrados são esporádicos, relacionados à exposição sem proteção adequada às aves doentes, não havendo registros de transmissão entre humanos.

Evidências de presença de outros vírus de influenza aviária de baixa patogenicidade já foram encontradas no Brasil anteriormente. Esses vírus circulam normalmente em populações de aves silvestres, principalmente as aquáticas, em todo o mundo, causando doença leve ou assintomática em aves domésticas e selvagens.

O contato direto, sem proteção adequada, com aves doentes ou mortas deve ser evitado pela população em geral. Todas as suspeitas de IA em aves domésticas ou silvestres, incluindo a identificação de aves com sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita, devem ser notificadas imediatamente ao órgão estadual de saúde animal ou à Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária por qualquer meio ou pelo e-Sisbravet (gov.br/agricultura/pt-br/notificacao).

Novos focos de influenza aviária de alta patogenicidade

Também foi confirmado nesta quinta-feira (1º) mais seis focos de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1). No estado do Espírito Santo foram mais quatros focos, sendo três no município de Marataízes - nas espécies Thalasseus acuflavidus (trinta-réis de bando), Thalasseus maximus (trinta-réis-real) e Nannopterum brasilianum (biguá) - e um no município de Guarapari - Thalasseus acuflavidus (trinta-réis de bando).

Os outros dois focos foram no estado do Rio de Janeiro, ambos na espécie Thalasseus acuflavidus (trinta-réis de bando).

ATUALIZAÇÃO: No último sábado (3) foram confirmados mais três focos de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em aves silvestres, subindo para 22 o número de confirmações de focos em aves silvestres no Brasil

No Espírito Santo foram mais dois focos, ambos no município de Vila Velha, sendo um da espécie Thalasseus acuflavidus (trinta-réis de bando) e um da espécie Chroicocephalus cirrocephalus (Gaivota-de-cabeça-cinza). O outro foco foi em Niterói, no estado do Rio de Janeiro, em uma ave silvestre da espécie Fregata magnificens (Fragata).

Confira AQUI a situação atual dos casos de influenza aviária em aves silvestres no Brasil (Focos constatados).

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária

Montante Global máximo de crédito acumulado de ICMS a ser transferido/utilizado em junho de 2023

Conforme determina o artigo 39 do Anexo VIII do Regulamento do ICMS, a Secretaria de Estado da Fazenda deve definir até o dia 05 (cinco) de cada mês, o “Montante Global Máximo Mensal de Crédito Acumulado de ICMS que poderá ser transferido ou utilizado”.

Atendendo a tal dispositivo, foi publicada a Resolução SEF nº 5.683, de 03.05.2023 - DOE MG de 05.05.2023, prevendo que o Montante Global Máximo de Crédito Acumulado de ICMS passível de transferência ou utilização, relativamente ao mês de junho de 2023, é de R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais).

Publicado ainda o Comunicado SRE nº 06, por meio do qual o Secretário de Estado de Fazenda comunica que, no mês de maio de 2023, foi liberado para transferência/utilização o total de R$ 5.978.572,03 em créditos, restando um saldo de valor residual de R$ 21.427,97.

Para uma melhor visualização, segue, abaixo, o gráfico da evolução do Montante Global.



Fonte: Fiemg

União: Litígio Zero - prazo prorrogado

Foi publicado no Diário Oficial da União de 31/05/2023, a Portaria Conjunta PGFN/RFB/Nº 8/2023, que altera a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 1, de 12 de janeiro de 2023, para prorrogar o prazo de adesão ao Programa de Redução de Litigiosidade Fiscal (PRLF).

O Programa de Redução de Litigiosidade Fiscal (PRLF) ou simplesmente "Litígio Zero" é uma medida excepcional de regularização tributária que prevê a possibilidade de renegociação de dívidas por meio da transação tributária para débitos discutidos junto às Delegacias da Receita Federal de Julgamento (DRJ) e ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) além daqueles de pequeno valor no contencioso administrativo ou inscrito em dívida ativa da União.

Pela nova portaria a adesão ao PRLF poderá ser formalizada até às 19h, horário de Brasília, do dia 31 de julho de 2023.

Destacamos que estão abrangidos pelo programa os débitos em contencioso administrativo, podendo ser classificados como créditos irrecuperáveis aqueles com mais de 10 anos de litígio, considerando para tanto a data da impugnação (litígio) até a data da adesão ao programa (hoje, 31 de julho de 2023). Os créditos irrecuperáveis podem ser negociados com redução de até 100% de juros e multas.

Mais informações e esclarecimentos podem ser solicitados pelas associadas Sinduscarne à Gerência Tributária, pelo telefone (31) 3263-4378 ou pelo e-mail: tributario@fiemg.com.br.

Fonte: Fiemg

Foto: REUTERS / Paulo Whitaker

Citi mantém visão positiva para Minerva (BEEF3) e altera JBS (JBSS3)

O Citi tem preço-alvo de R$ 17,00 para a Minerva, um potencial de alta de 64% sobre o último pregão

Depois de um encontro com a Datagro para discutir o feedback da SIAL China (cúpula de alimentos com mais de 150 mil participantes), o Citi reiterou visão positiva para a Minerva, uma vez em que o caso base consiste em um viés positivo para o segundo semestre de 2023. Contudo, o banco diz que há sinais mistos para a JBS, com indicações positivas para a carne bovina da Austrália, mas riscos negativos para a carne bovina da América do Norte e Seara.

“As principais conclusões foram: importações de carne bovina fracas da China no segundo trimestre de 2023, com recuperação no segundo semestre; baixa disponibilidade de gado nos Estados Unidos até 2024 e 2025; perspectivas favoráveis de exportação e oferta de gado para a Austrália; e crescente preocupação do Brasil com os casos de gripe aviária”, afirmam Tiago Harduim, Sergio Matsumoto, João Pedro Soares e Carolina Zelaya, em relatório.

As importações de carne bovina na China devem melhorar no segundo semestre de 2023, com a produção doméstica de carne bovina chinesa servindo principalmente ao consumo doméstico, enquanto o setor de hotéis e restaurantes é atendido principalmente por importações. No segundo trimestre, a demanda chinesa permaneceu fraca em relação ao Brasil à medida em que a confiança do consumidor em março de 2023 atingiu -24% na comparação com o pré-pandemia (média de 2019), o que fez os preços do gado no Brasil caírem 16% desde o final de março.

Nos EUA, a disponibilidade de gado deve diminuir em 2024 e 2025, e em 2026 a oferta chegará ao ponto mais baixo, diz o banco. “Uma vez que a retenção do gado começa, geralmente dura aproximadamente dois anos. Mas como a produção de bezerros atingiu um recorde histórico, a próxima fase de reconstrução do ciclo pode ser mais longa que a média. Dessa forma, o consumo interno dos EUA dependeria mais das importações de carne bovina para atender à demanda”, estimam os analistas.

Já na Austrália, o Citi estima que as restrições de mão de obra levarão a condições favoráveis, com a retenção de gado nos dois anos anteriores levando a um aumento da oferta para 2023 e 2024. Como consequência, os custos devem permanecer baixos para os players locais de carne bovina. Do lado das exportações, como a carne bovina australiana tem características semelhantes à americana, ela deve se beneficiar da menor disponibilidade de gado nos EUA, avalia a casa.

Já no Brasil, os casos de gripe aviária devem continuar a aumentar. “As fortes medidas de biossegurança dos produtores de aves devem evitar a contaminação do lote comercial. No entanto, o risco de embargo existe, pelo menos regionalmente, e não em todo o País (como no caso da vaca louca em fevereiro de 2023)”, ponderam Harduim, Matsumoto, Soares e Zelaya.

O Citi tem preço-alvo de R$ 17,00 para a Minerva, o que corresponde a um potencial de alta de 64% sobre o fechamento de sexta-feira. Já o preço-alvo de R$ 35,00 para a JBS implica em uma valorização de 113%, embora os principais riscos envolvam: preços de gado e grãos acima do esperado nos Estados Unidos e no Brasil; necessidades de capex e capital de giro acima do esperado relacionadas a novas aquisições; flutuações abaixo do esperado na taxa de câmbio do dólar americano/real brasileiro impactam os lucros; e riscos sanitários de surtos materiais inesperados no Brasil e nos EUA.

Fonte: Fiemg