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Edição 340 | 20 de junho de 2022

Foram abatidas em Minas Gerais, entre janeiro e março, 643,5 mil cabeças de bovinos, segundo o IBGE

Foto: Paulo Whitaker/Reuters

Abate de bovinos aumenta 5,4% em Minas Gerais

Também houve aumento em suínos e queda para frangos no primeiro trimestre em MG

Após cerca de dois anos apresentando queda, os abates de bovinos, em Minas Gerais, voltaram a crescer no primeiro trimestre de 2022. Conforme a Pesquisa Trimestral de Abate Animal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Estado foi verificado aumento de 5,4% no abate dos bovinos. Alta também em suínos, de 7,8%. Já em relação aos frangos, o resultado foi negativo, com retração de 1,5% no trimestre. Com os custos em alta e preços insuficientes para garantir retorno, a produção de leite caiu 9,6% frente ao primeiro trimestre de 2021.

Os dados do IBGE mostram que, em Minas Gerais, de janeiro a março, foram abatidas 643,5 mil cabeças de bovinos, resultado 5,4% superior ao mesmo período do ano passado. O peso das carcaças também ficou maior, 4,9%, atingindo 164,5 mil toneladas. O aumento de 33 mil cabeças abatidas de bovinos vem após dois anos de queda, ocorrida devido ao menor rebanho disponível e a maior retenção das fêmeas para recomposição.

No Estado, um dos fatores que contribuiu para o incremento foi o resultado positivo das exportações. Nos primeiros três meses de 2022, Minas Gerais embarcou 42,8 mil toneladas de carne bovina, superando em 29,8% o volume registrado em igual período do ano anterior.

O analista de Agronegócios do Sistema da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg), Alexandre Gonzaga, explicou que outro fator que pode ter contribuído para o aumento do abate é o maior descarte de fêmeas, vindas também da produção de leite.

“Tem muitos produtores abandonando a atividade do leite e abatendo as fêmeas. No período que se inicia a seca e cai a oferta de pastagem, é típico o maior descarte de fêmeas, visando a reduzir os custos com a alimentação, que subiu muito”.

No Estado, também houve aumento do rebanho bovino. “Pelos dados do IMA, o rebanho mineiro cresceu em 2 milhões de cabeças nos últimos dois anos, chegando a 25,5 milhões de cabeças registradas”, explicou Gonzaga.

Resultado positivo também foi visto no abate de suínos. Foram 120,18 mil cabeças a mais, somando 1,66 milhão de suínos. O incremento no abate ficou em 7,8% se comparado com as 1,54 milhão de cabeças abatidas no primeiro trimestre do ano anterior. O peso das carcaças, 144,7 mil toneladas, cresceu 6,4%.

Além do consumo interno, no período Minas Gerais exportou 3,34 mil toneladas de carne suína, aumento de 24,5% frente ao primeiro trimestre de 2021. O principal destino da carne suína mineira é a China.

Baixas

Ao contrário dos suínos e bovinos, durante o primeiro trimestre, Minas Gerais abateu menos frangos. No Estado, foi vista queda de 1,5% no abate das aves, que somaram 114,07 milhões de cabeças, ante as 115,8 milhões registradas anteriormente. O peso das carcaças apresentou pequena queda de 0,3%, somando 284,47 mil toneladas. “O custo mais alto com a alimentação pode influenciar no abate”, disse Gonzaga.

Em relação às exportações, que contribuem para equilibrar a oferta no mercado interno, Minas Gerais embarcou 41 mil toneladas de carne de frango entre janeiro e março, volume que cresceu 22%.

Houve queda também na produção de leite. Foram 158,73 milhões de litros a menos no primeiro trimestre, gerando uma aquisição de 1,5 bilhão de litros. Frente aos 1,66 bilhão registrados no mesmo período de 2021, a queda chegou a 9,6%.

De acordo com o IBGE, o segmento leiteiro de Minas Gerais foi impactado pelos altos custos de produção, tanto na alimentação dos animais quanto da energia elétrica e combustíveis, combinados com a dificuldade no repasse destes devido à demanda enfraquecida. Mesmo com a retração, Minas Gerais continuou liderando o ranking de aquisição de leite, com 25,5% da captação nacional, seguido por Paraná (13,8%) e Rio Grande do Sul (12,5%).

A produção de ovos, no Estado, somou 88,2 milhões de dúzias, variação negativa de 1,7%. No período, o efetivo de galinhas caiu 0,9%, somando 15,8 milhões de cabeças.

Fonte: Diário do Comércio

Exportações de carne suína à China diminuem, mas envio a outros países aumenta

É importante ressaltar que a China vem diminuindo a necessidade de comprar proteína no mercado internacional

As exportações brasileiras de carne suína (in natura e industrializada) à China, o maior destino da proteína nacional, recuaram 12,7% entre abril e maio. No acumulado do ano (de janeiro a maio), a queda nos envios ao país asiático já é de fortes 38,9% frente ao mesmo período de 2021, de acordo com a Secex.

Esse cenário pressionou o total exportado pelo Brasil no último mês. A queda, porém, foi limitada pelo aumento dos embarques a outros destinos, como as Filipinas, que importaram 33,5% mais carne suína em maio frente a abril, tornando-se o segundo maior destino da proteína brasileira no último mês – atrás apenas da China.

Assim, o Brasil exportou o total de 88,1 mil toneladas de carne suína em maio, de acordo com a Secex, leve queda de 0,4% frente a abril e 13% a menos que o embarcado em maio/21.

É importante ressaltar que a China vem diminuindo a necessidade de comprar proteína no mercado internacional.

Segundo pesquisadores do Cepea, esse movimento reflete a recuperação do rebanho de suínos no país após os picos de Peste Suína Africana (PSA), doença que acometeu milhões de animais.

De acordo com dados do USDA, a produção chinesa de suínos já está próxima do patamar anterior à PSA, atingindo 655 milhões de cabeças em 2021, crescimento de 49% frente a 2019, o período mais crítico da doença no país asiático.

Fonte: Suinocultura Industrial

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FIEMG se posiciona sobre a decisão do Copom

Entidade recebe com grande preocupação, mas sem surpresa, a elevação da taxa Selic

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou nesta quarta-feira (15/6) o aumento da taxa Selic de 12,75% para 13,25% ao ano.

Confira o posicionamento da FIEMG sobre a decisão:

Nota FIEMG

Na decisão desta quarta-feira, o COPOM elevou a taxa Selic para 13,25% ao ano, patamar mais elevado dos últimos cinco anos, a despeito de todas as dificuldades enfrentadas pela economia brasileira.

A FIEMG recebe com grande preocupação, mas sem surpresa, a elevação de 0,50 ponto percentual da taxa Selic, visto que o Comitê de Política Monetária (COPOM) vem antecipando, em seus comunicados, a necessidade de ajuste da política monetária para conter a inflação.

Preocupa a desconsideração do COPOM com os seguintes fatores:

• Brasil ainda convive com as sequelas da recessão de 2014-2016, a maior da sua história, e com as perdas geradas pela pandemia de Covid-19.
• Há cerca de 12 milhões de desempregados no país e outros 30 milhões de brasileiros, aproximadamente, trabalham na informalidade.
• As perspectivas de crescimento do PIB nacional cada vez menores em 2022 e 2023, assim como do PIB potencial.

As pressões inflacionárias são notórias e devem ser devidamente tratadas pelas autoridades públicas. Contudo, a relação entre o custo e o benefício dos movimentos de elevação dos juros precisa ser reequilibrada pelo Banco Central, considerando todos os impactos para o setor produtivo e para a sociedade brasileira.

Fonte: FIEMG

CNI considera equivocado o aumento da Selic

Elevação da taxa de juros é desnecessária neste momento e trará custos adicionais para a economia, como queda do consumo, da produção e do emprego

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, desta quarta-feira (15), pelo aumento da taxa básica de juros (Selic) para 13,25% ao ano.

A taxa básica de juros vem sendo elevada desde março de 2021 e, desde dezembro, a taxa real se encontra em patamar que inibe a atividade econômica. As altas realizadas neste ano resultaram em uma taxa básica de juros real ainda mais elevada e que já era suficiente para desacelerar a inflação nos meses seguintes.

“Este aumento adicional da taxa de juros no momento é desnecessário para o controle da inflação e trará custos adicionais à economia, como queda do consumo, da produção e do emprego”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

O IPCA de maio demonstra que a inflação de bens industriais já começou a desacelerar no Brasil e que esse movimento deve continuar ao longo do segundo semestre devido, principalmente, aos efeitos defasados da elevação da Selic.

Outro fator que leva a uma perspectiva de desaceleração da inflação é a estabilização dos preços internacionais das commodities agrícolas e de energia, após incorporação do choque provocado pelo conflito na Ucrânia. Esse cenário sinaliza que os aumentos de preços de alimentos e de combustíveis não devem se repetir no Brasil ou devem ser significativamente mais baixos nos próximos meses.

Fonte: CNI

O valor adicionado do setor de serviços cresceu 3,8% de janeiro a março em Minas, conforme o levantamento da Fundação João Pinheiro

Foto: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

PIB de Minas Gerais avança 0,7% no primeiro trimestre de 2022

Aumento da riqueza do Estado neste ano pode chegar a 1% se o desempenho dos serviços for mantido

O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais somou R$ 207,9 bilhões no primeiro trimestre de 2022. O número indicou aumento de 0,7% frente ao dado observado no trimestre imediatamente anterior e de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

O grupo de energia e saneamento puxou o desempenho da atividade econômica do Estado frente aos últimos três meses do exercício anterior, enquanto o setor de serviços liderou o crescimento na comparação anual.

Na outra ponta, a indústria extrativa teve o pior resultado em relação ao quarto trimestre do ano passado, enquanto a agropecuária puxou para baixo o desempenho sobre o primeiro trimestre de 2021. Para o acumulado do exercício é esperado um crescimento da atividade econômica mineira da ordem de 1% sobre o exercício passado.

Os dados foram apresentados pela Fundação João Pinheiro (FJP), responsável pelo cálculo oficial da soma dos bens e serviços produzidos no Estado. E segundo o professor e pesquisador da instituição, Raimundo Leal, as perspectivas para o desempenho dos próximos trimestres dependerá de uma série de condicionantes. Entre elas, a continuidade do bom resultado do grupo de serviços.

Conforme Leal, caso o setor continue aquecido e traga outras contribuições para a atividade econômica, é possível que o Estado finalize o ano com crescimento da ordem de 1%. Ele pondera que o mesmo não deverá ocorrer com a indústria – que “anda de lado nos últimos meses”.

“Não será possível contar com uma recuperação da produção industrial, mas a agropecuária com certeza vai trazer sua contribuição para a atividade econômica. A questão é como o setor vai compensar ou anular o marasmo da indústria da transformação. Mas, sobretudo, o que vai determinar o resultado do ano será o esgotamento ou não da recuperação do nível de atividade dos serviços – passado o pior momento da crise causada pela pandemia de Covid-19”, argumentou.


Eleições e inflação influenciam

O que também deverá influenciar no resultado é o período eleitoral e a inflação em patamares recordes. Sobre as eleições, o professor explicou que embora o período fomente a administração pública, os efeitos não deverão ser muito significativos. Já a curva inflacionária, segundo ele, vai cobrar um preço elevado na atividade econômica de todo o País.

“A maior parte do que temos observado de efeito negativo na indústria está relacionada à inflação, que está corroendo de maneira muito agressiva o poder de compra da população trabalhadora. Houve recuperação da fabricação de produtos alimentícios, mas a partir das exportações e não do mercado interno. A inflação vai continuar cobrando seu preço. Ela tem sido um dos motores da queda da demanda pelos bens de consumo e isso reflete o desempenho pífio da produção manufatureira”, afirmou.

Atividade econômica por setores

A produção de riquezas a partir da atividade econômica do Estado somou R$ 207,9 bilhões em valores correntes. Deste total, R$ 183 bilhões foram referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 24,9 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. Vale destacar que a agropecuária somou R$ 18,4 bilhões (10,1% do total), a indústria R$ 48,7 bilhões (26,6% do total) e os serviços R$ 115,9 bilhões (63,3% do total da atividade econômica).

Concluindo, na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a agropecuária apurou queda de 1,5% e a indústria de 1%. O subsetor extrativo mineral registrou a maior baixa: -4,3%. Variação negativa também foi observada na indústria de transformação (-1,5%). O subsetor da construção civil (9,1%), por sua vez, teve sua quinta alta consecutiva.

Além disso, o subsetor de energia e saneamento (0,9%) reverteu a tendência negativa observada nos dois últimos trimestres. O valor adicionado dos serviços subiu 3,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior. E as atividades que apresentaram alta foram: outros serviços (10,6%), administração pública (2,6%) e transportes (1,4%). A atividade de comércio (-0,6%) foi a única negativa.

Fonte: Diário do Comércio

A peste suína africana nunca foi detectada nos EUA, mas foi recentemente confirmada em países próximos como República Dominicana e Haiti

Foto: Reuters/Stringer

Nos EUA, USDA lança campanha para apoiar setor no combate à peste suína africana

O Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (Aphis) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou novos esforços para ajudar a prevenir a introdução e disseminação da peste suína africana no país. Por meio de uma campanha de divulgação e conscientização chamada “Proteja nossos porcos”, o Aphis apoiará produtores comerciais de carne suína, veterinários e proprietários de suínos com informações e recursos para ajudar a proteger a população de suínos e a indústria de carne suína do país.

A peste suína africana é uma doença viral mortal e altamente contagiosa que afeta animais domésticos e selvagens. Não afeta a saúde humana, mas se espalha rapidamente entre as populações de suínos.

A doença nunca foi detectada nos EUA, mas foi recentemente confirmada em países próximos como República Dominicana e Haiti. Não existe tratamento ou vacina eficaz para a doença.

“A peste suína africana já está devastando as indústrias de carne suína e economias em todo o mundo e, se detectada nos EUA, pode causar grandes estragos em nossa população de suínos, na indústria de carne suína do país e nas comunidades agrícolas”, disse a subsecretária de Marketing e Regulamentação do USDA, Jenny Lester Moffitt.

Fonte: Money Times

Mercado de carne suína

Canadá habilita 3 frigoríficos do Brasil para exportação de carne suína

O Brasil recebeu habilitação do Canadá para os três primeiros frigoríficos que poderão exportar carne suína ao país, sendo dois da Seara Alimentos e um da Cooperativa Central Aurora, disse nesta quarta-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) com base em informação passada pelo governo federal na véspera.

As plantas da Seara, da JBS, estão localizadas em Itapiranga e São Miguel do Oeste, e a da Aurora em Chapecó, todas em Santa Catarina.

“A habilitação destas primeiras plantas vem em um momento importante para o setor produtivo, diante das dificuldades enfrentadas com as altas dos custos de produção e a necessidade de incrementar as vendas internacionais de carne suína”, disse em nota o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Em maio, as exportações brasileiras da proteína (considerando produtos in natura e processados) alcançaram 89,3 mil toneladas, volume 12,4% menor no comparativo anual, conforme dados da associação. A receita caiu 19,3% no período, para 204,3 milhões de dólares.

O setor foi afetado pela recomposição do rebanho chinês após anos de baixa oferta motivados pela peste suína africana. Agora, China segue como o principal comprador do Brasil, mas somente em maio diminuiu em 49,6% as importações, para 27,3 mil toneladas.

Segundo Santin, há expectativa de que, em breve, novas plantas sejam habilitadas pelo Canadá.

Fonte: IstoÉ