InfoCarne Online

Edição 300 | 23 de julho de 2021

Ministros definem posições comuns para evento internacional sobre sistemas alimentares

Ministros de seis países sul-americanos realizaram hoje (21) a última reunião do Conselho Agropecuário do Sul (CAS) antes da Pré-Cúpula de Sistemas Alimentares, que será realizada na próxima semana, em Roma. Os representantes debateram posições comuns a serem levadas ao encontro, promovido pela Organização das Nações Unidas para para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Os ministros do CAS enfatizaram a necessidade de promover o desenvolvimento sustentável do setor agrícola baseado na inovação tecnológica e na ciência. A importância estratégica do setor agrícola e pecuário para os países da região também foi destacada.

A ministra Tereza Cristina, que irá participar presencialmente do evento em Roma, disse que a Cúpula deve reconhecer a diversidade de caminhos para a promoção de sistemas alimentares sustentáveis, que atendam às necessidades regionais. “Nesses encontros, pretendo ressaltar que não há uma solução única para a sustentabilidade dos sistemas alimentares e que a imposição de modelos alheios às nossas realidades locais não funcionará. Pelo contrário, poderá resultar em mais fome e escassez de alimentos”, disse a representante do Brasil.

A Pré-Cúpula precede a Cúpula dos Sistemas Alimentares (Food Systems Summit, ou FSS, na sigla em inglês), que está marcada para setembro, durante a semana de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas.

O Secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, participou do encontro como convidado. Ele falou sobre a importância de investimentos em inovação e tecnologia para aumentar a produtividade no campo e disse que o desenvolvimento sustentável deve atender a aspectos sociais, ambientais e econômicos. “A Cúpula tem que reconhecer a importância da agricultura e da pesca no sistema alimentar. Temos que assegurar que ela não promova uma solução única para todos os desafios que enfrentamos, ao contrário, temos que encorajar a implementação de uma variação científica das nossas políticas, considerando vários aspectos”, disse.

Além do secretário dos Estados Unidos e da ministra Tereza Cristina, participaram da reunião do CAS os ministros do Paraguai, da Argentina, do Uruguai, do Chile e da Bolívia.

O diretor-geral do Instituto Interamericano para Cooperação para a Agricultura (IICA), Manoel Otero, apresentou um relatório técnico sobre a sustentabilidade da pecuária bovina nos países da América do Sul, que também deve ser levado à pre-cúpula. “O sistema de produção de carne bovina é central apara sustentabilidade econômica social e ambiental dos nossos países. Ele gera divisas, gera empregos, fortalece os processos de desenvolvimento territorial e exerce um papel vital na segurança alimentar”, disse.

Posição conjunta

A posição unificada dos países das Américas foi consolidada em torno 16 mensagens-chave que serão levadas a Roma. Esses princípios estão incluídos no documento “Principais mensagens no caminho para a Cúpula da ONU sobre Sistemas Alimentares na perspectiva da agricultura das Américas”, que os países endossaram a partir de um trabalho coordenado pelo IICA.

O documento trata do papel insubstituível da agricultura e ressalta que os produtores agropecuários e os trabalhadores dos sistemas alimentares são um elo imprescindível e central e que, sem produção agropecuária, não há matérias-primas para serem transformadas em alimentos.

As mensagens também destacam a agricultura como uma atividade fundamental para erradicar a pobreza, promover o desenvolvimento rural e proteger o meio ambiente.

Fonte: Ministério da Agricultura

Ministra e indústria de carnes discutem novas habilitações para exportação à China

O setor produtivo de proteína animal se reuniu com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, no fim da tarde desta quarta-feira, 21, para discutir o andamento da habilitação de novas plantas de processamento de carnes para exportação para a China. A informação foi obtida por uma fonte e confirmada pelo Ministério da Agricultura. Não foram dados mais detalhes sobre a pauta. Ainda nesta terça, na sede do Ministério, a ministra teve um encontro com o presidente da Associação de Suinocultores de Mato Grosso do Sul (Asumas) e o deputado estadual Renato Câmara, presidente da Frente Parlamentar da Suinocultura. Na ocasião, foram abordados assuntos referentes à demanda de novas empresas do setor que estão operando no estado, além de questões sanitárias e medidas de prevenção, conforme nota emitida pela entidade. De acordo com a Asumas, as possibilidades de investimento da indústria de carnes em Mato Grosso do Sul também seria uma pauta abordada por Tereza Cristina na reunião com representantes de frigoríficos, que ocorreu às 14h.

Fonte: Estadão

PORTARIA INTERMINISTERIAL MAPA/MMA Nº 10, DE 21 DE JULHO DE 2021

Institui lista de espécies nativas da sociobiodiversidade de valor alimentício, para fins de comercialização in natura ou de seus produtos derivados.

Leia a legislação na íntegra AQUI.

Fonte: Diário Oficial da União

Quem é o consumidor de carne de hoje?

A carne bovina é a proteína que 46% dos consumidores têm maior probabilidade de pedir na próxima viagem ao serviço de alimentação. “Os consumidores sentiram falta de ir a um restaurante e comer aquele bife incrível, então aprenderam a trazê-lo para casa”, disse Michael Uetz, diretor de marketing da Midan. Uetz discutiu as tendências e expectativas de compra dos consumidores de carne no recente Simpósio 2021 da Beef Improvement Federation (BIF) em Des Moines, Iowa.

Durante sua apresentação, Uetz explicou o estudo de segmentação do consumidor de carne de sua empresa, como a pandemia COVID-19 mudou os consumidores de carne e as expectativas dos consumidores de hoje para a indústria de carne.

Segmentação de consumo de carne 2.0

De “progressivos de proteína” a “tradicionalistas do envelhecimento” e “Divas do bem-estar”, todos os consumidores de proteína de hoje se envolvem de maneira diferente com a carne. Em janeiro de 2019, a Midan Marketing concluiu o primeiro Estudo de Segmentação de Consumidores de Carnes. A empresa pesquisou uma população de indivíduos para aprender seus comportamentos, atitudes e percepções declarados, com o objetivo de agrupar diferentes consumidores que têm comportamentos e atitudes semelhantes em relação à carne em diferentes segmentos. O estudo resultou em cinco segmentos de consumidores de carne que não poderiam ser mais diferentes do que o outro. Em setembro de 2020, a Midan Marketing fez a segunda rodada do estudo de segmentação e encontrou aumentos positivos na demanda do consumidor por produtos de carne, um benefício não intencional da pandemia COVID-19.

“Conduzimos esta pesquisa para entender a perspectiva quando tentamos atingir um consumidor, não apenas olhando para os consumidores em geral e como eles estão se sentindo. Queremos descobrir quem é seu alvo? Para que você está produzindo? Como servimos o produto certo, na hora certa, no lugar certo, com a mensagem certa para aquele cliente? Precisamos ser mais específicos com os consumidores ”, disse Uetz.

COVID-19 mudou os consumidores de carne

A pesquisa mostra que 57% dos consumidores de carne compraram carne online desde o início do COVID-19. A demanda por caixas de açougue e kits de refeição entregues mais que dobrou. Com a maioria das refeições sendo preparadas em casa, os consumidores têm mais confiança e conhecimento para comprar e preparar a carne. Os consumidores sentiram falta da carne de qualidade do restaurante, resultando em um crescimento significativo das vendas de carne de primeira em 2020.

“Os consumidores desejam carne bovina”, acrescentou Uetz. “Outro benefício não intencional do COVID-19 para a indústria de carne bovina, os consumidores sentiram falta de nossos produtos. A escassez cria demanda. ”

Expectativas do consumidor

Três quartos dos consumidores acreditam que a carne faz parte de uma dieta saudável. Uetz explicou que 91% dos consumidores querem ver pelo menos um item com destaque nas embalagens de carnes/aves, com 57% dos consumidores querendo proteína identificada como uma excelente fonte na embalagem. Hoje, mais do que nunca, os produtores precisam trabalhar em estreita colaboração com os varejistas para garantir que estejam fazendo um bom trabalho na representação de produtos de carne. Os varejistas estão fornecendo aos consumidores mais informações por meio de histórias e códigos QR online, aumentando seu índice de aprovação. Os consumidores mais jovens têm mais problemas de confiança com a indústria de alimentos, apenas 33% confiam na indústria de alimentos.

“A transparência fomenta a confiança – a base de uma afinidade forte e duradoura para a categoria e o varejista. Para ganhar a confiança dos consumidores, os produtores precisam ser proativos, aumentar nossa transparência e falar diretamente com os consumidores ”, disse Uetz.

Uma base sólida de confiança é construída por meio da transparência. Seja proativo, aumente sua transparência e fale diretamente com os consumidores para ganhar sua confiança.

Uetz resumiu: “O que os consumidores procuram? O que precisamos entregar onde quer que os encontremos na jornada de seus compradores? Saúde e bem-estar, comércio eletrônico, sustentabilidade e transparência e novas tecnologias são plataformas que devemos entender para cumprir o objetivo final de ganhar a confiança do consumidor. Se eles não confiarem em nós e se sentirem confiantes no que estamos entregando e acreditarem em nós, eles não vão comprar nossos produtos. ”

Fonte: BeefPoint

Food Industry Week

Em um momento de grandes desafios, em que precisamos criar novos caminhos e soluções, sabemos que unir forças pode te ajudar a ter clareza no meio de tantas transformações. Por isso, resolvemos unir mercados de duas grandes potências do Brasil: A Indústria de Alimentos & Bebidas e a Indústria da Proteína Animal.

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Fonte: Tecnocarne

Fazenda Futuro: como a startup que aposta em carne de planta para superar frigoríficos já vale R$ 715 milhões

A história da construção da companhia, fundada por Marcos Leta, é tema de episódio do podcast Do Zero ao Topo

Sua primeira empreitada foi a Do Bem. A marca de sucos em conservantes foi fundada em 2007, e vendida para a gigante Ambev (ABEV3) em 2016. Leta decidiu apostar em um segmento mais ousado no negócio seguinte: investiu nas proteínas plant based, que usam elementos vegetais para imitar cor, gosto e textura da carne bovina e do frango.

“Pensamos em de que forma poderíamos fazer algo maior no Brasil. A gente sabe operar no país e podemos usar cada vez mais tecnologia, cada vez mais nossos vegetais e frutas. Foi aí que pensamos em entrar no mercado de carne de planta”, contou Leta em entrevista ao podcast Do Zero Ao Topo.

A história do empreendedor — e da construção de suas empresas — é tema do episódio 99 do podcast. É possível seguir o programa e escutar a entrevista completa via ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox, Amazon Music e outros agregadores de áudio do país.

A Fazenda Futuro foi criada em abril de 2019. Além de um hambúrguer feito com plantas, a startup de comida (ou foodtech) têm emulações de almôndegas, carne moída, frango em pedaços e linguiça de pernil. Alguns ingredientes usados são beterraba, ervilha, gordura de coco, óleo de canola e soja. Todos são naturais, não transgênicos e sem colesterol, glúten ou gordura trans.

O objetivo é atrair não apenas os vegetarianos e veganos, mas também consumidores da carne comum. “A gente criou a Fazenda Futuro para competir com frigoríficos, não com as empresas que fabricam produtos vegetarianos ou veganos“, disse Leta.

Hoje, a Fazenda Futuro está avaliada em R$ 715 milhões e vende seus produtos em 24 países. Além do trabalho de divulgação com supermercados e da parceria com food services como a rede Spoleto, o fundador atribui a expansão da foodtech ao tempo.

“A gente pode botar todo o capital do mundo, fazer todos os investimentos de marketing possíveis, imagináveis. Mas a cultura de consumo tem um tempo para a mudança. Você tem que continuar seu trabalho de criar, organizar e evoluir a categoria. Precisa oferecer produtos cada vez mais gostosos e mais inovadores.”

Enquanto a empresa recebe tempo, o fundador recebe pragmatismo. “Eu sempre fui um cara sonhador. Se você não for sonhador, não monta nada. Mas, ao longo do tempo, eu fui incluindo um pouco mais de objetividade”, afirmou o cofundador da Fazenda Futuro. “Sempre acreditei em todos os negócios que criei porque fiz um pouco a mais do dever de casa, para entender onde que eu estava entrando. Nunca perdi o sonho grande ou desanimei em relação à categoria em que atuamos, mas o pragmatismo veio para tornar a operação mais eficiente. (…) Quando você é realista, acaba evoluindo seu sonho.”

O mercado a transformar é grande: o Brasil é um dos cinco maiores produtores de carne do mundo, ao lado de China, Estados Unidos, União Europeia e Rússia. Mas o potencial também é enorme: o país também é o quinto mercado no mundo para a comida saudável, segundo o The Good Food Institute, organização global pela inovação na indústria de alimentos.

Uma pesquisa realizada pelo The Good Food Institute em maio de 2020 mostrou que 49% dos brasileiros reduziu seu consumo de carne nos 12 meses anteriores, ante 29% no estudo anterior do GFI (2018). Boa parte da substituição feita por esses consumidores, chamados de flexitarianos, é feita com vegetais comuns (47%), mas as carnes vegetais têm participação relevante (12%). A depender dos esforços da Fazenda Futuro, essa fatia de proteínas alternativas só tende a aumentar.

Sobre o Do Zero ao Topo

O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias utilizadas na construção do negócio.

O programa já recebeu nomes como André Penha, cofundador do QuintoAndar, David Neeleman, fundador da Azul, José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner, Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos, Artur Grynbaum, CEO do Grupo Boticário, Sebastião Bonfim, criador da Centauro e Edgard Corona, da rede Smart Fit.

Guilherme Benchimol revela os segredos de gestão das maiores empresas do mundo na série gratuita Jornada Rumo ao Topo. Inscreva-se já.

Fonte: InfoMoney

Foto: Olivia Carvalho/Gov. GO/Divulgação

Exportações de carne bovina para os EUA sobem mais de 100% no 1º semestre

A escalada nas exportações brasileiras de carne bovina aos Estados Unidos vem surpreendendo o setor pecuário nacional. O país, inclusive, já se configura como o 3º maior destino da proteína brasileira, atrás apenas da China e de Hong Kong, superando a posição que vinha sendo ocupada pelo Chile.

Segundo pesquisadores do Cepea, além de alguns frigoríficos brasileiros terem sido habilitados para exportar carne aos EUA no ano passado, o real desvalorizado frente ao dólar deixa a carne nacional bastante competitiva e atrativa aos norte-americanos.

Um outro motivo que pode estar direcionando a demanda dos Estados Unidos ao Brasil seria o baixo número de rebanhos na Austrália, forte player internacional.

De acordo com dados da Secex, em junho, o Brasil enviou aos EUA 8,78 mil toneladas de proteína bovina, 17,9% a menos do que o embarcado em maio – quando, é válido ressaltar, as vendas ao país atingiram recorde mensal de 10,7 mil toneladas –, mas 18,2% acima da quantidade registrada em junho do ano passado (Secex).

De janeiro a junho de 2021, os envios de carne bovina aos Estados Unidos somaram 42,48 mil toneladas, um recorde, mais que o dobro do volume exportado na primeira metade de 2020 (de 20,1 mil toneladas) e bem acima das 16,9 mil toneladas do mesmo período de 2019.

Fonte: AGROemDIA