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Edição 297 | 02 de junlo de 2021

Tecnologia 4.0 de portas abertas para a indústria mineira

SENAI inaugura espaço para preparar mão de obra especializada, ofertar consultorias e aplicar novas tecnologias

Uma fábrica referência em tecnologia 4.0, uma área inteira com internet das coisas, robótica colaborativa e digitalização industrial, um espaço maker de alta tecnologia, tudo em um mesmo local, preparado para elevar a indústria a um novo patamar tecnológico. Isso não é coisa do futuro, nem trabalho feito fora do Brasil, mas sim uma realidade para o SENAI-MG e para as empresas mineiras. No dia 30 de junho, o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, o governador de Minas, Romeu Zema, e a prefeita de Contagem, Marília Campos, inauguraram o Centro de Treinamento e Desenvolvimento da Indústria 4.0, que está localizado no município da Região Metropolitana de Belo Horizonte, berço da indústria mineira.

“Este Centro é um marco para a inovação em Minas e vai contribuir para a melhoria do ambiente de negócios no estado”, iniciou o anfitrião e presidente da FIEMG, Flávio Roscoe. “Em um só local, a indústria terá o suporte do SENAI-MG para a implantação de toda a jornada 4.0, por meio de serviços de consultoria tecnológica especializada, desenvolvimento e testes de soluções integradoras, serviços técnicos, projetos específicos e treinamentos correlacionados, tudo isso totalmente personalizado e customizado para cada cliente. É o único espaço no país dedicado exclusivamente à tecnologia 4.0 e pensado para as necessidades da indústria mineira. É motivo de orgulho para todos nós e ele estar instalado em Contagem é muito simbólico, pois a cidade é o berço da indústria mineira”, destacou o líder industrial.

A promoção do desenvolvimento econômico e sustentável de Contagem e de todo o estado de Minas Gerais foi a ideia defendida pela prefeita Marília Campos, ao celebrar a abertura do novo espaço. “Contagem vai ser conhecida no Brasil e mesmo no mundo por sediar este Centro que vai preparar os profissionais para esta revolução na indústria. Vamos projetar a nossa cidade para o futuro e estamos felizes em ter a FIEMG e o governo do Estado ao nosso lado”.

O Centro vai qualificar a mão de obra dos profissionais que conduzirão o processo da implantação da tecnologia 4.0 dentro das fábricas. São ofertados cursos técnicos, especializações, aperfeiçoamento profissional e pós-graduações em parceria com os melhores centros de ensino, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a UNA.

O governador Romeu Zema reforçou que a pauta da empregabilidade é uma das principais bandeiras de seu governo. “Não há política social melhor que o emprego digno”, afirmou. Segundo o governador, em 30 meses de gestão, Minas conseguiu atrair mais de R$ 120 bilhões em investimentos, proporcionando a geração de muitos empregos. “Temos pessoas querendo trabalhar e vagas que não são preenchidas. O Centro 4.0 vem para suprir essa lacuna. Parabenizo a FIEMG por este empreendimento que vai fazer a diferença e impactar de forma positiva a vida das pessoas”, contou.

Estrutura robusta e de ponta para todas as indústrias

O Centro de Treinamento e Desenvolvimento da Indústria 4.0 conta com várias estruturas organizadas para atuar de ponta a ponta no processo industrial. A Fábrica Referência em Indústria 4.0 oferece uma planta industrial produtiva projetada e desenvolvida pelo SENAI-MG. Essa fábrica é a espinha dorsal do Centro 4.0 e contempla todos os processos da indústria: manuais, mecanizados, automatizados e todos eles com tecnologia 4.0 embarcados.

Já as Áreas de IoT e Digitalização Industrial realizam estudos, implementam e formam os profissionais especializados nas tecnologias de Soluções Internet of Things (IoT), a conhecida internet das coisas, em sistemas embarcados, retrofit (termo utilizado para designar o processo de modernização de equipamento já considerado ultrapassado ou fora de norma), monitoramento de processos industriais, utilização de RFID (sigla para Radio Frequency Identification, que é um método de identificação por meio de sinais de rádio que recuperam e armazenam os dados à distância utilizando dispositivos chamados etiquetas RFID) e comunicação com a nuvem. Vão oferecer também soluções digitais como o desenvolvimento de aplicativos, simulação computacional, big data analytics, realidade aumentada e cybersecurity.

O Espaço Lab. Maker será destinado à criação, experimentação, prototipagem, compartilhamento, trabalho em conjunto, interação com startups, projetos integradores e espaço de inovação aberta. O Centro 4.0 conta ainda com a Fábrica para Treinamento Lean Manufacturing 4.0, o sistema enxuto de manufatura que busca reduzir desperdícios enquanto aumenta a produtividade e a qualidade, dando uma visão de processos eficientes e sem desperdícios.

Parcerias para o sucesso

Empresas de todos os portes podem trabalhar com o Centro de Treinamento e Desenvolvimento da Indústria 4.0 e a parceria pode ser feita por meio da cessão de tecnologia, transferência de conhecimento e até doação de equipamentos. Já são parceiros nesta empreitada a Sequor Softwares Industriais, UR Universal Robotics, Advantech, ECO Automação, SIEMENS PLM, Mix Reality, Mitsubshi Eletric, Altus Automação e Stellantis.

O Centro de Treinamento e Desenvolvimento da Indústria 4.0 do SENAI está aberto à visitação dos empresários que quiserem conhecer todas as possibilidades deste universo, por meio de agendamento de visitas pelo endereço eletrônico senai40@fiemg.com.br.

Para saber mais, acesse www.senaimg.com.br/centro4.0.

Clique aqui e veja mais imagens da inauguração.

Fonte: FIEMG

BOI/CEPEA: PREÇO DA ARROBA ATRAVESSA PRIMEIRO SEMESTRE EM PATAMAR FIRME

Os preços do boi gordo atravessaram o primeiro semestre de 2021 em patamares firmes, de acordo com dados do Cepea. Com exceção de janeiro e fevereiro, o animal para abate foi negociado no estado de São Paulo acima de R$ 300,00 em todo o resto do semestre, atingindo pico de R$ 321,90 neste final de junho (Indicador CEPEA/B3). Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação veio da oferta enxuta de animais prontos para o abate, da retenção maior de fêmeas para a produção de reposição e da demanda chinesa por carne aquecida.

Fonte: CEPEA

Aberta consulta pública sobre boletim sanitário e controle de recebimento de lote de suínos para abate

Os interessados podem enviar sugestões pelo prazo de 60 dias

Por meio da Portaria nº 341, a Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), submete à consulta pública, pelo prazo de 60 dias, a proposta de Portaria que dispõe sobre as informações do formulário "Boletim Sanitário" e do formulário "Controle de recebimento de lote de suínos para abate".

A proposta de normativa visa padronizar os formulários e procedimentos a serem apresentados ao Serviço de Inspeção Federal (SIF) pelos abatedouros de suínos registrados no Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa).

Atualmente, há 87 frigoríficos registrados sob SIF com abate de suínos, realizando um total de abate de 40,7 milhões de cabeças de suínos por ano.

“A produção de alimentos seguros para o consumidor e a certificação internacional dos produtos de origem animal depende do controle e obtenção de informações sobre a fase de produção animal”, destaca a diretora do Dipoa, Ana Lúcia Viana.

As sugestões tecnicamente fundamentadas deverão ser encaminhadas por meio do Sistema de Monitoramento de Atos Normativos (Sisman), da Secretaria de Defesa Agropecuária, por meio do link: https://sistemasweb.agricultura.gov.br/sisman/. Para ter acesso ao Sisman, o usuário deverá efetuar cadastro prévio no Sistema de Solicitação de Acesso (SOLICITA), por meio do link: https://sistemasweb.agricultura.gov.br/solicita/.

Fonte: Ministério da Agricultura

Publicada instrução normativa sobre prazo de recolhimento da antecipação do Simples em MG

Publicada no Diário Oficial do Estado – D.O.E, de 30 de junho de 2021, a Instrução Normativa SUTRI nº 1/2021. Como se sabe, recentemente, o STF decidiu pela constitucionalidade da antecipação do ICMS exigida das empresas do Simples Nacional. A antecipação é devida quando essas empresas adquirem, em operação interestadual, mercadoria para industrialização, comercialização ou utilização na prestação de serviço, sempre que a alíquota interestadual é menor do que a alíquota interna aplicável para a mercadoria neste Estado. Em Minas Gerais, a exigência está prevista no § 14 do art. 42 do Regulamento do ICMS.

A Instrução Normativa SUTRI nº 1/2021 esclarece o momento em que ocorre o fato gerador da antecipação, nos seguintes termos: “[…] o fato gerador da obrigação de antecipação do imposto ocorre no momento da aquisição da mercadoria, em operação interestadual, assim considerado o da data de emissão do documento fiscal de aquisição da mercadoria.”

Mais informações e esclarecimentos sobre o tema podem ser solicitados pelos indústrias à Gerência Tributária, pelo telefone (31) 3263-4378 ou pelo e-mail: tributario@fiemg.com.br; sinduscarne@fiemg.com.br

Fonte: FIEMG

Foto: Pixabay/reprodução

Copasa é autorizada a reduzir valor nas contas de água em Minas Gerais

Resolução aprovada pela Arsae-MG foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira e permite aplicação das novas regras a partir de 1º de agosto

As contas de água ficarão mais baratas em Minas Gerais a partir de agosto. A Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) divulgou nesta terça-feira (29/6), no Diário Oficial do Estado, a resolução que autoriza a redução de, em média, 1,52% na conta. Além de unificação geral da tarifa de esgoto.

Enquanto a energia elétrica encarece, a redução aprovada para as contas de água em Minas é inédita e entrará em vigor a partir de 1º de agosto.

Segundo a Arsae-MG, essa alteração representa o valor de 74% da tarifa de água, bem inferior aos 100% atuais para quem tem o esgoto tratado.

Na publicação, a agência reguladora autoriza a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) a aplicar as novas regras para o próximo ciclo tarifário, que começa neste ano e vai até 2025.

Após reuniões e processos de estudos com participação da sociedade, a resolução nº154/2021 conclui a 2ª Revisão Tarifária da Copasa. Apesar da boa notícia, ainda é preciso analisar a aplicação dessa mudança para cada região atendida pela companhia no estado.

Segundo a Copasa, é necessário analisar todos os documentos relacionados à publicação, para concluir como as mudanças chegarão para os consumidores.

A redução no valor final da conta vai depender do volume consumido e da categoria em que o usuário está inserido.

A Arsae-MG garante que a “grande maioria vai perceber uma redução das suas faturas”. Sendo que mais de 80% da população que possui algum serviço de tratamento de esgoto perceberá uma redução de até 15%.

Um usuário residencial com água, coleta e tratamento de esgoto que consome até 5m³, por exemplo, deixa de pagar uma conta de R$ 36,04 e passa a pagar R$ 30,64, uma redução de 14,98%.

"Hoje temos um índice inflacionário no Brasil chegando a 32% e a nossa tarifa média está com redução de 1,52%. Ou seja, além de não ter o reajuste pela inflação, está havendo uma redução histórica nas contas. Outro ponto importante é a unificação da taxa de esgoto, com a redução do subsídio", explica o diretor-geral da Arsae-MG, Antônio Claret.

"Assim, faz-se a justiça tarifária. Esta revisão busca a menor tarifa possível desde que disponíveis recursos para que a Copasa possa operar e investir dentro do nível necessário para o Novo marco do Saneamento", finalizou Claret.

Fonte: Estado de Minas

CARTILHA CNI - NOVO PRONAMPE

Você já conferiu a cartilha Pronampe: como as micro e pequenas empresas podem se beneficiar?

Acesse a publicação da CNI para conferir informações como o perfil das pessoas jurídicas que podem participar, taxa de juros, garantias, finalidade e prazos do financiamento.

Link: https://bit.ly/CartilhaNovoPRONAMPE-CNI

Fonte: CNI

Câmara aprova acordo de livre comércio entre Brasil e Chile

O acordo entre os dois países prevê, entre outras coisas, o compromisso com a legislação ambiental acima do interesse de comércio

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 30, o acordo de livre comércio entre Brasil e Chile no âmbito do Mercosul. O texto teve parecer favorável do relator, deputado Aluisio Mendes (PSC-MA), e seguirá para o Senado na forma do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 288/21.

Assinado em 2018, o texto trata de diversos pontos adicionais a acordo tarifário assinado em 2015, estabelecendo compromissos como facilitação de comércio, barreiras técnicas ao comércio, comércio transfronteiriço de serviços, investimentos, comércio eletrônico e compras governamentais.

“Desde 2014, existe tarifa zero para todo o comércio bilateral e, com o acordo, Brasil e Chile estarão aptos a ampliar os benefícios, permitindo um impulso adicional ao comércio e investimentos por meio de questões não tarifárias que são, em vários pontos, mais ambiciosas que o padrão estabelecido pela Organização Mundial do Comércio”, afirmou Mendes.

Até hoje, apenas o Chile reconheceu o acordo de 2018, que precisa da ratificação de todos os membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Desde 1996, o Chile se tornou o primeiro país associado ao bloco.

Meio ambiente

O acordo é dividido em 24 capítulos, como o do Meio Ambiente, no qual ambas a partes se comprometem, depois da data de entrada em vigor do texto, que nenhum dos países “deixará de aplicar efetivamente sua legislação ambiental por meio de um curso de ação ou de inação que seja contínuo ou recorrente e que afete o comércio ou o investimento entre as partes”.

Nesse sentido, reconhecem ainda a contribuição dos povos indígenas e das comunidades tradicionais para a promoção do desenvolvimento sustentável, inclusive em sua dimensão ambiental, e a importância de fomentar um comércio que seja inclusivo e que possa fortalecer essa contribuição.

Medidas sanitárias

Quanto às medidas sanitárias e fitossanitárias relacionadas ao comércio, Aluisio Mendes explica que foram adotados compromissos mais amplos que os da Organização Mundial do Comércio (OMC) em relação à equivalência de regras, habilitação de estabelecimentos exportadores e reconhecimento de status sanitário dos países e suas regiões.

No capítulo de cooperação econômico-comercial, ambos os países reconhecem produtos típicos. O Brasil reconhece o pisco chileno como produto de indicação geográfica típica e o Chile reconhece a cachaça brasileira, constituindo em fator de segurança jurídica para seus produtores.

O acordo contém ainda vários anexos regulatórios, como o do setor de produtos orgânicos, pelo qual as partes reconhecem mutuamente seus sistemas de certificação orgânica.

Fonte: TradeMap

Carne do Brasil ganha espaço nos EUA com demanda chinesa pelo produto americano e beneficia gigantes do setor

JBS, Marfrig e Minerva têm se movimentado de olho na possibilidade de abocanhar maior fatia no país norte-americano

Relações comerciais conturbadas entre China e Austrália fizeram com que os chineses passassem a buscar mais carne bovina no mercado norte-americano, abrindo espaço para o Brasil elevar suas exportações da proteína aos EUA, o que gera um movimento por habilitações de novos frigoríficos brasileiros pelo país da América do Norte.

O cenário já beneficia gigantes do setor como JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva Foods (BEEF3), visto que todas possuem plantas aprovadas para embarcar aos EUA. Mas essas empresas têm se movimentado de olho na possibilidade de abocanhar maior fatia no país norte-americano.

Os EUA alcançaram, em maio, a terceira colocação entre os principais compradores de carne bovina do Brasil, conforme dados da associação de exportadoras Abiec, com uma disparada de 186% no volume adquirido, para 10,73 mil toneladas, avançando cinco posições ante o mesmo mês de 2020.

“A JBS tem 12 unidades habilitadas para exportar para os EUA e está sempre atenta a possibilidades de ampliação”, disse a companhia em nota à Reuters.

A Marfrig recebeu, na semana passada, uma recomendação do Ministério da Agricultura para que sua unidade de Chupinguaia (RO) passe a exportar para o mercado norte-americano. Agora, esta planta e a de Alegrete (RS), recomendada pelas autoridades do ministério em maio, aguardam aprovação das autoridades americanas para confirmar a habilitação.

A Marfrig disse, por meio da assessoria de imprensa, que já embarca a proteína in natura e processada por meio de quatro unidades: Bagé e São Gabriel, no Rio Grande do Sul, Bataguassu (MS) e Promissão (SP).

Também na última semana, a Minerva anunciou que sua divisão de carnes processadas, a Minerva Fine Foods, foi habilitada para exportar produtos cozidos e congelados aos Estados Unidos pela planta de Barretos (SP), única operação de processados da companhia no Brasil.

A unidade se juntou a outras cinco plantas da Minerva Foods que podem embarcar a proteína bovina aos norte-americanos, sendo quatro para envio de carne in natura e uma que exporta o produto enlatado.

Embora as empresas estejam buscando ampliar o leque de possibilidades para exportar aos EUA, os embarques já estão fortes com as atuais habilitações. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, os frigoríficos brasileiros aumentaram em 165,6% o volume da proteína exportada aos norte-americanos, para 33,8 mil toneladas, segundo a Abiec.

Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), por sua vez, mostram que o país vendeu 48.292 toneladas de carne bovina para a China de janeiro a abril, um extremo avanço ante o volume de 3.255 toneladas enviado no mesmo período de 2020.

JOGO ENTRE MERCADOS

“Esperamos que os EUA direcionem parte da sua carne para a China para compensar a redução de exportação da Austrália para aquele país. Com isso, o Brasil acaba ganhando espaço no mercado americano”, disse a diretora da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel.

Ela afirmou que a conjuntura é promissora para a proteína bovina e também pode beneficiar as exportações brasileiras de carne suína aos EUA. Apenas a área de aves não seria igualmente favorecida por falta de unidades habilitadas.

O diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres, disse que houve um conflito político entre China e Austrália, que motivou o recuo das compras chinesas daquele mercado.

“Os chineses saíram comprando carne em outros mercados e os EUA saíram favorecidos com essa escolha, mesmo porque o rebanho australiano é muito parecido com o americano, a raça é semelhante. Foi uma substituição zootecnicamente esperada”, explicou Torres.

Ele ainda ressaltou que como os EUA são, historicamente, grandes exportadores e importadores de muitos produtos, trazer carne de fora para complementar a oferta local é uma estratégia que também condiz com o perfil de negociação dos americanos.

“Mas se não houvesse esse aquecimento no intercâmbio comercial, com aumento de vendas dos EUA para a China, provavelmente o Brasil ainda estaria patinando no volume para os EUA”, destacou Torres, lembrando que em anos anteriores os frigoríficos brasileiros já sofreram com barreiras sanitárias impostas pelos americanos. “Acho que agora o Brasil tende a consolidar sua posição como fornecedor de carne para os Estados Unidos. O tipo de filé é diferente, mas a nossa carne serve para várias finalidades, como hambúrguer… O Brasil deve, nesse jogo internacional, melhorar seu desempenho.”

Sobre o avanço dos EUA no ranking dos principais destinos da carne do Brasil em maio –ficando atrás apenas de China e Hong Kong–, o diretor da Scot afirmou que também contribuiu para isso o recuo nas compras de outros países importadores em função da pandemia da Covid-19.

Apesar do forte crescimento para os EUA, os embarques ainda são relativamente pequenos perto das exportações brasileiras aos chineses, que somaram mais de 300 mil toneladas de janeiro a maio.

Fonte: InfoMoney

Cézar Ferreira Machado, dono do Caixote Bar e Restaurante

Foto: Túlio Santos/EM/D.A Press

Aumento da conta de luz vai pesar das fábricas à mesa em Minas

Correção da bandeira vai pressionar custos e provocar reajustes em cascata para os consumidores nos próximos meses

O reajuste da bandeira vermelha patamar 2 em 52% vai afetar não apenas os consumidores residenciais.

Indústria, comércio e serviços também vão sentir no caixa o impacto da energia elétrica mais cara.

O presidente do Conselho de Energia e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Márcio Danilo Costa, lembra que o impacto no parque fabril mineiro varia conforme o processo produtivo, mas, em média, a energia representa 20% do custo do setor. E mesmo as grandes indústrias, que têm contrato de longo prazo no mercado livre de energia e estão fora do sistema de bandeiras, são afetadas.

Essas indústrias “não são afetados com a bandeira tarifária, porque já negociaram a compra da energia no mercado previamente, porém, pagam os custos de despachos das termelétricas mais caras, via Encargos dos Serviços de Sistema. Esses encargos até junho somam R$ 11 bilhões”, afirma o empresário.

Ele alerta que o momento é de preocupação. “Os efeitos podem ser aumentos de custos dos produtos”, observa Costa. A preocupação do setor hoje não é tanto com o cenário atual, mas com as perspectivas futuras na capacidade do setor elétrico de atender à demanda.

“Com os números já anunciados, não acreditamos que possa ser comprometido o crescimento neste ano com as medidas preventivas adotadas. Para o próximo ano, o que podemos dizer neste momento é que dependemos do resultado do próximo período chuvoso”, observa o presidente do Conselho de Energia da Fiemg. Observando que os setores eletrointensivos serão mais afetados seja pela bandeira ou pelos encargos, Márcio Danilo Costa diz que “todos serão afetados, pois o custo dos produtos aumenta e nós pagamos conta de luz e também as compras de supermercados etc.”.

''Vamos ter que torcer para que o consumidor absorva o reajuste, senão a gente não vende nada e não posso segurar mais um aumento. Tudo tem limite'' - Cézar Ferreira Machado, dono do Caixote Bar e Restaurante

NA MESA

O reajuste na bandeira vermelha 2 vai deixar a energia elétrica mais cara e quem sofre mais é um setor que foi diretamente impactado pelo afastamento social, medida necessária para conter a pandemia do novo coronavírus: bares e restaurantes. Depois de meses fechados, esses estabelecimentos voltam, aos poucos, a reabrir com diversas restrições. No momento em que mais precisam de ajuda, o aumento na conta de luz desanima comerciantes.

Bares e restaurantes que já estavam castigados com o fechamento do comércio e outros aumentos, como o gás e a alimentação em geral, agora vão ter que decidir se repassam o preço ao cliente. O conselheiro consultivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG), Ricardo Rodrigues, conta que 40% do setor quebrou durante os períodos de restrição de mobilidade.

“O segmento está saindo de uma pancada recebendo notícia de aumento de bandeira vermelha, sabendo que vai ser ativada quase que de imediato. Isso pode representar mais empresas que não vão dar conta de sair da pandemia. Bares e restaurantes têm a energia elétrica como principal fonte de energia. É muito triste, muito ruim. A gente já está hoje com número de empresas que estão respirando no canudinho, e com esse aumento a gente estima que mais algumas empresas que não conseguiram se restabelecer vão continuar nesse processo de decadência”, afirmou.

A entidade recomenda que os empresários busquem por outras fontes de energia, mas, segundo Ricardo, a tentativa de redução gera investimento e o segmento não tem essa possibilidade atualmente. “O brasileiro tem um poder de reinvenção, uma garra de empreendedorismo e de se adequar que é muito bacana. Se não fosse isso, esse número (de fechamentos de empresas) seria muito maior”, projeta. “Vai ter impacto e é complexo repassar porque temos tido aumento constante em outros patamares. Vamos tomar mais uma pancada e ter mais um pouco de bares e restaurantes fechando as portas”, lamenta Ricardo.

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Fonte: Estado de Minas