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Edição 296 | 25 de junho de 2021

Ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli recebe homenagem na Câmara

Deputado Marcelo Ramos diz que Paolinelli tornou o Cerrado um celeiro de produção de alimentos

O 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou que o ex-deputado Alysson Paolinelli conseguiu tornar o Cerrado brasileiro um importante celeiro de produção de alimentos no mundo. Indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2021, Paolinelli foi homenageado nesta terça-feira (22) na Câmara. Ele foi deputado federal constituinte e ocupou o cargo de ministro da Agricultura no governo Geisel. Ele é um dos responsáveis pela chamada Revolução Verde, que fez do Brasil um dos maiores produtores mundiais de alimentos.

“Quem produz alimento produz paz; quem produz alimento de forma sustentável, produz paz; quem produz alimentos com baixa emissão de efeito estufa, produz paz; quem valoriza e dá dignidade para o trabalhador do campo, produz paz”, afirmou Marcelo Ramos.

Ramos destacou que o Brasil ganhou um novo patamar de compromissos ambientais com o mundo, sem prejudicar com o desempenho na produção de alimentos. O deputado representou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no evento.

Marcelo Ramos elogiou a proposta de regulamentação fundiária em tramitação na Casa. “ A lei da regulamentação fundiária não é a lei da grilagem, mas da proteção do homem do campo, e a chance de assistência técnica e acesso ao fomento, sem a qual não existe agricultura”, destacou o parlamentar.

Paolinelli se emocionou na cerimônia e afirmou que vai continuar trabalhando para fazer com que a agricultura brasileira continue ocupando o papel de destaque no mundo. Ele defendeu investimentos na ciência e na tecnologia.

O ex-parlamentar lembrou os desafios enfrentados e os projetos de assentamentos criados em modelos estruturados. “O Brasil importava alimentos para sua população. A família brasileira média passava aperto e gastava quase a metade de sua renda só em alimentação. Estranho, difícil, como fazer depois a educação, a saúde, a residência, o lazer, o transporte e outras necessidades. Aquilo nos impressionava”, lembrou.

“O milagre aconteceu rápido: em cinco anos começamos a medir que a produtividade do Cerrado se igualava às grandes áreas produtoras do mundo, e os produtores entenderam que as mudanças era fundamentais para ter a produção na região tropical do globo. Criamos uma agricultura tropical, altamente sustentável, porque no Hemisfério Norte, que dominou o abastecimento mundial, começou com terras férteis; aqui nos fizemos o inverso, pegamos as terras mais degradadas e as transformamos nas mais produtivas. O mundo tem que compreender que os produtores não vão permitir que as terras voltem à degradação”, afirmou.

“Se esse prêmio vier, ele vem para o Brasil”, disse o ex-ministro.

O secretário de Comunicação da Câmara, deputado Acácio Favacho (Pros-AP), e o secretário de Mídias Digitais da Câmara, deputado Alex Santana (PDT-BA), responsáveis pela produção do evento, também participaram da cerimônia.

Marcelos Ramos: “Quem produz alimento produz paz"

Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputado


Legado

A presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, deputada Aline Sleutjes (PSL-PR), disse que Paolinelli foi lembrado pelo mundo e já faz parte da história do Prêmio Nobel. Segundo ela, o ex-ministro honra a agricultura moderna e traz um grande legado para o País.

“Valorize as pessoas em vida, prestigie as pessoas em vida. Passamos momentos valorizando as pessoas depois que morrem. Paolinelli se mistura a grandes nomes brasileiros como Marcos Pontes, Zilda Arns e Irmã Dulce”, disse a parlamentar.

Pesquisa

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacou que Paolinelli fez toda diferença para a agricultura brasileira. Para ela, o ex-ministro foi um divisor de águas ao estimular a pesquisa agropecuária. “Foi graças a Paolinelli que hoje abastecemos nossa população e exportamos alimentos para mais de 200 países, com produtos de qualidade, que chegam a mercados exigentes, principalmente neste momento difícil da pandemia”, afirmou a ministra.

“Hoje temos essa maravilha do Cerrado brasileiro graças à tecnologia e à inovação e dos produtores rurais que acreditaram na ciência e transformaram a agricultura brasileira. O Brasil é uma potência agroambiental”, comemorou.

O senador Carlos Favero participou de evento representando o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Favero e ressaltou que a agropecuária é a mola propulsora da economia brasileira.

Embrapa

Paolinelli foi responsável por modernizar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e promover a ocupação econômica do Cerrado brasileiro. Implantou um programa de bolsas de estudos para estudantes brasileiros nos maiores centros de pesquisa em agricultura do mundo. Cuidou também da reestruturação do crédito agrícola e do reequacionamento da ocupação do bioma amazônico. Em 2006, Paolinelli ganhou o World Food Prize, concedido a pessoas que ajudaram consideravelmente a melhorar a qualidade, quantidade ou disponibilidade de alimentos no mundo.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

MERCADO

A volatilidade do mercado levou a diferença de avaliação do mesmo entre produtores e frigoríficos de modo inconciliável, não foi possível o acordo que já acontecia há 7 semanas. O mercado opera com boas vendas apesar de algumas discussões de preços, e é esse bom fluxo de vendas que gera a liquidez que vai permitir a sua melhora, também a mudança de mês que se aproxima renova as expectativas.

Alvimar Jalles, médico veterinário e consultor de mercado da ASEMG

Fonte: ASEMG

Boi gordo: Negócios emperram diante da oferta restrita de animais e da baixa demanda interna pela carne bovina

Os preços da arroba seguem inalterados nas principais praças pecuárias, mantidos em patamares elevados; nas praças paulistas, o macho terminado vale R$ 317/@, a prazo, segundo dados da Scot Consultoria

Os negócios no mercado brasileiro do boi gordo continuam em ritmo de conta-gotas, um reflexo do baixo escoamento da carne bovina no mercado doméstico e da enorme escassez de oferta de animais terminados.

Com isso, os preços da arroba seguem inalterados nas principais praças pecuárias, mantidos em patamares elevados.

Nas praças de São Paulo, os preços das três categorias destinadas ao abate ficaram estáveis nesta quinta-feira, 24 de junho, na comparação diária.

O boi, a vaca e novilha são negociados, respectivamente, em R$ 317/@, R$ 294/@ e R$ 310/@ (valores brutos e a prazo), segundo dados da Scot Consultoria.

Os animais destinados à exportação (abatidos mais jovens, com até quatro dentes) valem em torno de R$ 320/@, preço bruto e à vista.

Segundo a IHS Markit, o mercado apresenta atualmente um volume de negócios muito abaixo da média para o período, apesar das unidades de abate operarem com níveis mínimos da capacidade instalada.

A retração do consumo interno na segunda quinzena do mês e a forte restrição de oferta de animais são os principais motivos para essa morosidade.

Há relatos de indústrias que decidiram pular alguns dias de abate, informa a IHS, que alerta para a situação complicada vivenciada sobretudo pelos abatedouros que atendem exclusivamente ao mercado interno.

O consumo doméstico de carne bovina não apresenta consistência e regularidade desde o início da crise econômica no País, situação que vem prejudicando drasticamente as margens dos frigoríficos, alertam os analistas.

>> VEJA TAMBÉM | DBO Entrevista: Apagão de boiadas e de consumidores apertam frigoríficos

Muitas indústrias tentam driblar os altos custos operacionais optando pela compra de vacas gordas.

Porém, observa a IHS, até as fêmeas são negociadas atualmente a preços bastante elevados – em São Paulo, recebe um valor máximo na negociação com frigoríficos em torno de R$ 300/@, a prazo, de acordo com dados levantados pela consultoria.

Nesse cenário, o setor pecuário se encontra em compasso de espera.



“Enquanto não ocorrer uma reação mais consistente do consumo doméstico, essa baixa liquidez do mercado persistirá”, aposta a IHS Markit.

No mercado atacadista, a carcaça de vaca casada apresentou redução de R$ 0,30/Kg nesta quinta-feira, enquanto os preços dos demais cortes bovinos permaneceram estáveis, informa a IHS.

A demanda pela proteína bovina segue bastante fraca e irregular, apesar das recentes quedas de preços dos cortes, ressalta a consultoria.

Cotações máximas desta quinta-feira, 24 de junho, segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste: boi a R$ 322/@ (prazo) | vaca a R$ 300/@ (prazo)
MS-Dourados: boi a R$ 309/@ (à vista) | vaca a R$ 290@ (à vista)
MS-C.Grande: boi a R$ 311/@ (prazo) | vaca a R$ 296/@ (prazo)
MS-Três Lagoas: boi a R$ 312/@ (prazo) | vaca a R$ 288/@ (prazo)
MT-Cáceres: boi a R$ 305/@ (prazo) | vaca a R$ 295/@ (prazo)
MT-Tangará: boi a R$ 308/@ (prazo) | vaca a R$ 297/@ (prazo)
MT-B. Garças: boi a R$ 304/@ (prazo) | vaca a R$ 294/@ (prazo)
MT-Cuiabá: boi a R$ 308/@ (à vista) | vaca a R$ 294/@ (à vista)
MT-Colíder: boi a R$ 305/@ (à vista) | vaca a R$ 293/@ (à vista)
GO-Goiânia: boi a R$ 305/@ (prazo) | vaca R$ 291/@ (prazo)
GO-Sul: boi a R$ 305/@ (prazo) | vaca a R$ 293/@ (prazo)
PR-Maringá: boi a R$ 310/@ (à vista) | vaca a R$ 300/@ (à vista)
MG-Triângulo: boi a R$ 310/@ (prazo) | vaca a R$ 290/@ (prazo)
MG-B.H.: boi a R$ 308/@ (prazo) | vaca a R$ 286/@ (prazo)
BA-F. Santana: boi a R$ 292/@ (à vista) | vaca a R$ 282/@ (à vista)
RS-Porto Alegre: boi a R$ 331/@ (à vista) | vaca a R$ 310/@ (à vista)
RS-Fronteira: boi a R$ 331/@ (à vista) | vaca a R$ 310/@ (à vista)
PA-Marabá: boi a R$ 294/@ (prazo) | vaca a R$ 288/@ (prazo)
PA-Redenção: boi a R$ 293/@ (prazo) | vaca a R$ 286/@ (prazo)
PA-Paragominas: boi a R$ 296/@ (prazo) | vaca a R$ 281/@ (prazo)
TO-Araguaína: boi a R$ 298@ (prazo) | vaca a R$ 289/@ (prazo)
TO-Gurupi: boi a R$ 296/@ (à vista) | vaca a R$ 287/@ (à vista)
RO-Cacoal: boi a R$ 300/@ (à vista) | vaca a R$ 291/@ (à vista)
RJ-Campos: boi a R$ 294/@ (prazo) | vaca a R$ 278/@ (prazo)
MA-Açailândia: boi a R$ 292@ (à vista) | vaca a R$ 268/@ (à vista)

Fonte: Portal DBO

ABCZ divulga resultado da etapa de confinamento do ‘Zebu: Carne de Qualidade’

Após esta fase do programa, será realizado abate técnico com avaliação da qualidade da carcaça e a divulgação dos resultados na Expogenética 2021, em agosto

Concluídos os 84 dias de avaliação, os mais de 100 exemplares da raça Nelore que participam da primeira edição do programa “Zebu: Carne de Qualidade”, mais uma vez surpreendem nos resultados da etapa de confinamento que busca proporcionar as condições de abate (peso e acabamento de carcaça).

Os animais foram submetidos a avaliação do consumo alimentar residual (CAR) em currais providos de cochos eletrônicos para avaliação de consumo e bebedouro eletrônico com balança de pesagem e desempenho em confinamento.

Nesta etapa, os garrotes apresentaram ganho de peso de 1,940 kg/dia enfatizando o potencial da raça Nelore para a produção intensiva de carne.

“Neste período os bovinos apresentaram consumo de matéria seca de 2,36% do peso corporal ou 12,74 kg de matéria seca por bovino/dia, conversão alimentar de 6,57 kg de matéria seca/kg de ganho de peso e eficiência alimentar bruta de 0,15 kg de ganho de peso/kg de matéria seca ingerida. Nesta avaliação 56 bovinos apresentaram CAR, ou seja, são mais eficientes na utilização de alimentos, o que representa 55,4% em relação ao grupo de animais. Isto demonstra o potencial da raça Nelore quanto a eficiência alimentar, permitindo que os programas de melhoramento utilizem esta característica dentro de suas avaliações, buscando o Nelore mais eficiente na utilização de recursos alimentares com impacto positivo na redução do custo de produção de carne”, destaca Leonardo Fernandes, pesquisador da Embrapa.

Foi realizada ainda avaliação de ultrassonografia da carcaça no final da prova e os animais apresentaram excelentes resultados.

Foi observado gordura intramuscular (IMF) de 2,44%, área de olho de lombo (AOL) de 104,42 cm2, espessura de gordura na costela (EGS) de 6,43mm e espessura de gordura na picanha (EGP) de 7,15mm. A AOL possui relação com o rendimento de carne e a composição da carcaça (relação músculo/osso). O IMF, EGS e EGP estão diretamente relacionados com a qualidade da carne.

Os resultados apresentados caracterizam carcaças de qualidade, principalmente por que ainda terão 30 dias de confinamento até o abate, melhorando estas características e ampliando a qualidade.

Para o presidente da ABCZ, Rivaldo Machado Borges Júnior, os resultados de desempenho em confinamento colocam o Zebu em lugar de destaque na pecuária intensiva brasileira.

“Com o alto ganho de peso e qualidade da carcaça verificados neste trabalho, fruto de trabalho de melhoramento genético de mais de 100 anos, ininterrupto e com foco em desempenho nas condições tropicais. Conjuntamente com as avaliações de desempenho está sendo realizado também trabalho de avaliação do custo de produção no sistema proposto, e os resultados parciais indicam também eficiência econômica do sistema de produção, garantindo a sustentabilidade do processo”, destaca.



Fonte: Portal DBO

PRORROGADO O PRAZO DE VALIDAÇÃO DA DAMEF-VAF RELATIVAMENTE AO ANO BASE 2020 E A EXIGÊNCIA DE EFD

Publicada no Diário Oficial do Estado – D.O.E, de 24 de junho de 2021, a Portaria SRE n.º 191 e a Portaria SRE n.º 190, alterando respectivamente a Portaria SRE nº 175/2020 e a Portaria SRE nº 177/2020, que estabelecem as Regras Gerais de Elaboração e Validação da Declaração Anual do Movimento Econômico Fiscal - DAMEF - e as Regras Gerais de Apuração do Valor Adicionado Fiscal - VAF - dos Contribuintes Optantes pelo Simples Nacional e os requisitos para a opção pela apuração do ICMS a partir de informações lançadas na Escrituração Fiscal Digital - EFD, em substituição à Declaração de Apuração e Informação do ICMS, modelo 1 - DAPI 1.

De acordo com as normas em comento:

a) relativamente ao ano-base 2020, a DAMEF deverá ser validada no período de 1º de abril de 2021 a 31 de julho de 2021; e

b) ficam obrigados à apuração do ICMS na forma estabelecida na Portaria SRE nº 177/2020, em substituição à DAPI 1, os contribuintes indicados pela Subsecretaria da Receita Estadual, mediante publicação no Diário Eletrônico da Secretaria de Estado de Fazenda, conforme Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e/ou a faixa de receita bruta anual auferida, a partir de 1º de julho de 2022.

Mais informações e esclarecimentos sobre o tema podem ser solicitados pelos indústrias à Gerência Tributária, pelo telefone (31) 3263-4378 ou pelo e-mail: tributario@fiemg.com.br; sinduscarne@fiemg.com.br

Fonte: FIEMG

Carne bovina: produtores argentinos afirmam que exportações ficarão restritas a 50%

Segundo a Coninagro, apesar do anúncio do governo argentino sobre retomada das exportações, as vendas de carne bovina serão limitadas

O anúncio da retomada das exportações de carne bovina da Argentina, na verdade, representa uma restrição de 50% às vendas externas no país. A afirmação é feita por entidades agropecuárias argentinas agrupadas sob a Confederação Intercooperativa Agropecuária Limitada (Coninagro). As entidades reconheceram o apelo ao diálogo que fizeram junto ao governo, mas criticaram o que alegam ser uma redução das exportações.

“Nos encontramos com o presidente Alberto Fernández e é sempre bom que nos chamem ao diálogo, mas acho que essa reunião deveria ter sido mais cedo. Discordamos da continuação das restrições às exportações, pois é um mau sinal”, afirmou, disse Carlos Iannizzotto, presidente do grupo via Twitter.

Em outra mensagem, indicou que “temos que optar por uma produção maior e não limitá-la. Fomos convidados a uma Mesa para participar do Plano de Pecuária e aceitamos, porém restringir não é o caminho, pois baixará o preço da carne bovina para ao produtor e não ao consumidor. Vamos ver o que atende nossas bases de demanda”.

Em relação ao anúncio do novo plano de governo, Iannizzotto indicou que “certamente haverá uma resposta de campo. Fomos convidados para uma mesa para montar um plano de pecuária. Vamos participar, mas com toda convicção nós sustentamos que não é o caminho. Restringir é um mau sinal, porque o preço para o produtor vai cair, mas não para o consumidor”, frisou.

Anúncio do governo sobre exportações de carne bovina

O governo argentino assinou ontem um decreto que retoma a exportação de carne bovina, com limitação de vários tipos de cortes, até 31 de dezembro e estabelece um Plano de Pecuária para garantir o consumo interno com preços populares para onze tipos de carne.

Em relação ao Plano Pecuária, o objetivo é aumentar a produção de carne bovina no país com uma meta de 5 milhões de toneladas por ano: 3 milhões para o mercado interno e 2 milhões para a exportação, o que significaria dobrar as exportações do ano passado.

Fonte: Canal Rural

Marfrig e Minerva voltam a exportar carne para Argentina, mas com restrições

Em maio, a Argentina suspendeu as exportações para conter o aumento dos preços domésticos dos alimentos

Em nota, a Marfrig disse na última quinta-feira, 23, que retomou parcialmente os embarques de carne bovina a partir das operações na Argentina. O governo havia suspendido temporariamente a exportação para baixar os preços locais.

“A Marfrig confirma a retomada parcial das exportações de carne bovina na Argentina, segundo o decreto presidencial 408/2021, anunciado nesta semana”, disse a empresa.

Sua concorrente, a Minerva Foods, também recebeu aval para retomar as operações com o país vizinho, após um acordo com o governo, disse à Reuters uma fonte com conhecimento no assunto.

No entanto, ainda não houve nenhuma comunicação oficial por parte da maior exportadora de carnes da América do Sul.

Em maio, a Argentina suspendeu as exportações para conter o aumento dos preços domésticos dos alimentos. O governo anunciou que os embarques seriam liberados, mas com restrições.

Fonte: TradeMap

Japão e Brasil: uma parceria histórica que ainda tem muito para crescer

As relações culturais e comerciais entre os dois países foi tema da palestra de Eduardo Saboia, embaixador do Brasil no Japão

“Na boa política é muito importante procurar somar e a diplomacia tem algo muito parecido. O Brasil tem relações com vários países e buscamos, como todos eles, melhorar o comércio, atrair investimentos e cuidar dos brasileiros que vivem no exterior. Aqui, no Japão, fazemos um trabalho coletivo, que não começou e não se encerrará comigo e que não se esgota na figura do embaixador”, assim Eduardo Saboia, embaixador do Brasil no Japão, iniciou a palestra “As relações do Brasil com o Japão”. O evento on-line, que foi realizado no dia 16/06, com transmissão via WEB TV FIEMG, faz parte da programação do Ciclo de Conferências Sobre a Nova Política Externa Brasileira - Diálogos com os Embaixadores.

Segundo o diplomata, é "lugar comum" dizer que o Japão é o parceiro mais tradicional do Brasil na Ásia. Para ele, essa afirmação corresponde à realidade, pois os dois países possuem vínculos históricos, na questão identidária dos povos, na força das trocas econômicas, na riqueza de nosso intercâmbio cultural, na tradição da cooperação nas áreas de ciência e tecnologia e na convergência de visões de mundo. “Entretanto, esta percepção não pode nos deixar presos a um passado glorioso e devemos levar em conta o enorme potencial e as oportunidades existentes hoje em nossas relações”, alertou Saboia. “Os laços entre Brasil e Japão devem se adequar à profundas modificações ocorridas nas últimas décadas, tanto nos dos países, quanto no mundo”, reforçou, pontuando que as relações bilaterais Brasil/Japão requerem um olhar que não deve ser voltado exclusivamente para o passado e precisamos tratar de aspectos fundamentais do relacionamento presente.

O embaixador esclareceu que hoje o Japão é a 3º maior potência econômica mundial, cujo sucesso dos desenvolvimentos dos setores econômicos e humanos vem servindo de modelo para países de todo o mundo e de potencias emergentes da Ásia, como a China e Coreia do Sul. “Partilhamos com o Japão valores fundamentais, como a solução pacífica das controversas”, afirmou.


No campo político, o Japão é a mais tradicional democracia do leste asiático pós-Segunda Guerra Mundial. Tem compromissos com o Estado de Direito e o Multilateralismo. É um país com uma população de cerca de 127 milhões de habitantes, a 10ª maior do planeta.

Na dimensão econômica, em 2021, o Japão tem um PIB de US$ 5.4 trilhões, sendo um dos maiores investidores internacionais, com um estoque de capitais no exterior estimado em US$2 trilhões. Em 2020, o Japão foi uma das principais fontes de investimentos externos no mundo, com um volume que ultrapassou US$170 bilhões e isso tem especial importância para o enfrentamento dos feitos da pandemia na economia mundial.

Em termos de investimentos, o Japão continua sendo um dos principais investidores diretos no Brasil, ocupando a 7ª posição em estoque de capitais, com US$22 bilhões de investimento em nosso país.

Na área comercial, o Japão foi o responsável por uma corrente de comércio exterior de US$ 1.4 trilhões em 2019, que é mais ou menos o PIB brasileiro e que corresponde a 7,5% total do fluxo comercial. “É, portanto, um importante ator no comércio mundial”.

Por outro lado, o Japão foi um dos países que mais cedo entrou no ciclo de envelhecimento populacional, sendo que sua população deve sofrer um encolhimento de até ¼ até 2040. “Um país de elevados níveis de renda e de poupança, esta dinâmica leva a saída de investimentos ao exterior”, explicou o embaixador.

Para enfrentar este desafio, o governo japonês defende a Sociedade 5.0, que é um amplo programa de investimento voltado para a inovação tecnológica e adaptação dos serviços públicos. “É assim que o Japão procura se adaptar as novas realidades domésticas e internacionais”, ressaltou Saboia.

"E por que o Japão é importante para o Brasil e o Brasil importante para o Japão?”, questionou o embaixador. O elemento central são os laços humanos, a maior diáspora japonesa está no Brasil com 2 milhões de nipo descendentes. Já o Japão, conta com a 3ª maior comunidade brasileira no exterior, depois dos EUA e Paraguai, com 211 mil brasileiros vivendo no país asiático. “Recentemente celebramos 30 anos desta comunidade no Japão que é composta, principalmente, de nipo descendentes”, contou reforçando que existe um bom relacionamento político, com constantes diálogos, entre os dois países.

Entretanto, segundo Eduardo Saboia, a força e o potencial do relacionamento Brasil e Japão está no plano econômico. Para o Japão, o Brasil é uma fonte primordial de suprimentos para toda a cadeia produtiva japonesa, principalmente, a de segurança alimentar e para o fornecimento de commodities para o setor industrial. E o Brasil é um destino histórico de investimentos externos japoneses e da internacionalização de empresas nipônicas. “A primeira fábrica da Toyota no exterior, foi no Brasil”, citou como exemplo.

Mesmo durante a pandemia, as empresas japonesas aumentaram os investimentos no Brasil e um exemplo é a parceria de sucesso da empresa Vale com o conglomerado Mitsui. O minério de ferro é o principal produto brasileiro na pauta de exportação para o Japão. E o principal exportador é Minas Gerais, que corresponde por metade do volume vendido ao país asiático, sendo que em 2017 o Japão foi o responsável pela 3ª receita operacional líquida da Vale. “A Vale e a Mitsui também são parceiras em projetos de logística, no Brasil e no mundo”, afirmou.

Porém, o Japão é o 6º parceiro comercial do Brasil em corrente comercial, mas, para o Japão, o Brasil é apenas o 25º parceiro. “Vejo uma distorção e precisamos trabalhar para corrigir isso e aumentar a presença de nossos produtos no país asiático. 20% dos produtos brasileiros no mercado japonês são de Minas Gerais, mas ainda é muito pouco. Tenho certeza de que o empresariado mineiro pode mais, principalmente no setor da indústria alimentícia”.

A presença brasileira é fortemente representada por produtos primários, como minério de ferro, milho, café, aço e alumínio. Saboia destacou o desafio da diversificação da pauta exportadora chamando a atenção para três produtos que tem relevância em nossa pauta de exportação para o Japão: frango congelado, cafés especiais e aeronaves da EMBRAER. “O frango é um caso concreto de sucesso no mercado japonês. O Brasil é responsável por quase 70% das importações japonesas de frango in natura e essa tendência tem se mantido inalterada” e, a Embaixada tem dado apoio na obtenção de certificações sanitárias e em feiras.

O café se mantém em torno de 30% das importações japonesas de cafés em grãos. Nas cafeterias japonesas é comum encontrar os cafés brasileiros, o que mostra que estamos com boa presença neste mercado. Já na aviação, existem frotas compostas japonesas compostas, exclusivamente, de aviões da EMBRAER. A prioridade estratégica brasileira neste mercado é de diversificação de pauta lembrando que o momento é muito propício pois o Japão já teve autossuficiência alimentar de 70% e hoje está na faixa dos 40%. Isto indica a vulnerabilidade na sua cadeia alimentar e do aumento da necessidade de proteína animal e cereais e, do milho e da soja para a manutenção de seu agronegócio. O Brasil pode complementar a área alimentar japonesa, porém lembrou que países que tem acordo com o Japão, tem reduzidas as tarifas em produtos importantes como é o caso da carne bovina. Chamou a atenção para o altíssimo grau de exigência do mercado japonês na área alimentícia, requerendo alta qualidade, embalagens diferenciadas etc.

Cooperação em ciência e tecnologia entre Brasil e Japão acontece há 60 anos. O embaixador citou como exemplos o Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento Agrícola dos Cerrados (Prodecer), que contribuiu para a transformação do cerrado brasileiro em uma região produtora de alimentos, e o Sistema Nipo-Brasileiro de TV Digital. Fez algumas considerações relativas a atração de investimentos enfatizando que a entrada no mercado japonês via participação em filiais é mais viável. Também ressaltou o altíssimo recurso de Fundos de Pensão Japoneses que fortalecem os investimentos externos japoneses, que são crescentes (U$ 1,7 trilhão). O tem Mudança climática é relevante para o Japão e constitui oportunidade para o Brasil. O Japão importa 80% de sua energia primária e seu grande desafio é fazer a transição energética, para nuclear e renovável e o Brasil pode participar desta soluçando dando como exemplo a maior mistura do etanol na gasolina.

Eduardo Saboia finalizou sua apresentação reforçando que as trocas comerciais entre Brasil e Japão poderiam ser mais intensas, principalmente se barreiras sanitárias forem superadas e se as negociações de um acordo entre Mercosul e o Japão forem retomadas. Com o acordo, seria possível tarifas, retirar as barreiras dos produtos brasileiros, integrar as cadeias produtivas e inaugura uma nova era de investimentos japoneses no Brasil. “Existe um amplo de apoio dos setores privados dos dois países para que esse acordo aconteça”, finalizou o embaixador do Brasil no Japão.

O Ciclo de Conferências Sobre a Nova Política Externa Brasileira - Diálogos com os Embaixadores é uma parceria entre a FIEMG e Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e tem como mediador Roberto Goidanich, presidente da FUNAG.

Na edição desta semana, Eduardo Saboia, embaixador do Brasil no Japão, foi recebido por Fabiano Nogueira, diretor-consultivo da FIEMG e presidente do Conselho de Política e Mercados Internacionais da Federação mineira e Martha Lassance, chefe da Assessoria Estratégica e Internacional da Federação. “A imigração japonesa no século passado forjou uma relação entre brasileiros e japoneses, sendo que somos o país com o maior número de imigrantes deste país. Minas Gerais teve a honra de receber o maior grande investimento do Japão no pós-guerra, representado pela Usiminas. Posteriormente, entre os anos 1970 e 1980, novos investimentos japoneses foram feitos em outros setores da indústria e na agricultura”, afirmou Nogueira.

Fonte: FIEMG

China deve diminuir importações de carne suína do Brasil, diz analista

Wagner Yanaguizawa explica que a retomada do plantel suíno chinês, em recuperação aos casos da peste suína africana, deve frear o apetite por importações

As importações de carne suína do Brasil pela China devem desacelerar nos próximos meses, de acordo com o Rabobank. Para entender o que deve levar a este cenário, conversamos com o analista Wagner Yanaguizawa, que explica que já havia essa projeção de diminuição dessa demanda por parte dos chineses.

“Nossa projeção inicial já estava considerando a redução de demanda da China pela carne suína e esse cenário foi um pouco amenizado pela situação do começo do ano com novos casos de peste suína. Mas, a partir de junho, há uma recuperação mais pujante e trabalhamos com saldo positivo em termos de inventário”, disse.

“De acordo com a nossa analista na China, deve ter um arrefecimento em termos de demanda por causa da recuperação do rebanho local. No comparativo de maio com maio do ano passado, a gente viu um embarque de suínos muito positivo. Mas a partir de maio, o nível de importação da China se manteve nesse patamar superior a esse mês no ano passado. A gente acredita que é possível um incremento em relação ao ano passado, mas deve haver uma diminuição gradual. Pensando em escassez de oferta, principalmente por parte da Alemanha por causa do preço, o cenário para o Brasil ainda é mais favorável”, concluiu.

Fonte: Canal Rural

Especialistas discutem o futuro da logística

Evento vai reunir representantes da academia e da indústria para debater sobre as peculiaridades da logística na pandemia e as oportunidades futuras para o setor

O Centro Universitário Una, da Ânima Educação, por meio das suas unidades do Vetor Norte, em parceria com a Fiemg e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), promove entre os dias 28/06 e 2/07, a Semana Una de Logística.

Segundo a coordenadora do evento, Priscilla Gomes, o objetivo é discutir os desafios e as perspectivas do setor. “A pandemia impactou muito na gestão logística da indústria, do comércio, e da prestação de serviços. O segmento que já estava em constante mudança também teve que inovar e dar celeridade aos processos”, diz.

Entre os temas que serão debatidos estão os desafios da logística no e-commerce, a digitalização da cadeia de suprimentos, a logística na pandemia, a importância da embalagem na movimentação e transporte de cargas e a logística contemporânea, os desafios e oportunidades no segmento.

O evento, que acontecerá em ambiente online, é gratuito, com emissão de certificado, e aberto ao público interessado. As inscrições devem ser feitas no site da Una.

Serviço:Semana de Logística da Una
Data: 28/06 à 2/07
Quanto: Gratuito
Programação completa e inscrições: una.br/eventos/semana-una-de-logistica

Fonte: BH Eventos